BENCHMARKING PARA A INOVAÇÃO
O uso de tecnologias de inteligência artificial está mudando o panorama dos negócios e do ambiente no mundo – desde como encontrar produtos, prevenir e diagnosticar doenças, evitar a escassez de alimentos no mundo dentre outras várias possibilidades, algumas já em curso e outras tantas aguardando para serem descobertas.
É o uso massivo de computadores, softwares e espaços de armazenagem de dados (hoje acessíveis para quase todo mundo) que traz as oportunidades. Basta ter a disposição de encontrar em sua indústria (ou talvez em outra) como essas tecnologias podem mudar para leva-lo a uma nova posição de maior destaque.
A revista Fast Company elaborou um ranking com as 10 organizações mais inovadoras em inteligência artificial que devem ser observadas de perto – um bom começo para um trabalho de benchmarking:
1. Google – e o desenvolvimento de uma poderosa memória fotográfica
Lançado em 2015, o Google Photos já conta com 200 milhões de adeptos que depositam suas imagens digitais de vários meios e até impressas em álbuns, que são submetidas ao PhotoScan que as digitaliza e aí, a tecnologia de reconhecimento de imagem desenvolvida e o modo Assistant fazem com que essas fotos sejam montadas em colagens, filmes ou animações. Um jeito atualizado de cultivar emoções já vividas e relevantes para seus usuários.
2. IBM – Watson, onde quer que ele seja necessário
Mesmo que o tema “Inteligência Artificial” seja lá complexo, a explicação de John Kelly – o comandante da IBM Research onde o Watson nasceu – é bastante acessível: “O Watson é um mecanismo analítico eficiente que reúne muitas fontes de dados em tempo real, descobre um insight e decifra seu grau de confiança.” Hoje suas aplicações estão por todo lado, varejo, hotéis, serviços de saúde, logística, serviços públicos, educação e segurança. E mais está por vir, com dois principais serviços: um é uma plataforma open source para desenvolvedores de novos aplicativos e soluções de AI (chamada de Fabric for Deep Learning), e outro é a IBM Watson Data Kits que irá trazer dados pré-enriquecidos de setores econômicos para acelerar a escalabilidade do uso da IA – os cientistas de dados consomem 79% de seu tempo coletando, organizando e extraindo dados para obter novas informações e novos insights.
3. Baidu – busca por voz em smartphones
A voz começou a falar mais alto com a evolução da Inteligência Artificial. O Baidu, considerada a Google da Ásia, opera em áreas como a robótica, realidade artificial e virtual e carros autônomos.
4. Sound Hound – comandos de voz para serviços digitais
Outra empresa que aposta nos comandos de voz, a Sound Hound afirma ter desenvolvido a plataforma mais avançada e precisa do mundo para processamento de linguagem natural – que pode ter muitas aplicações (nuvem, celular, automobilística). Ela também permite interagir de maneira direta com qualquer tipo de dados que o usuário escolher. Tanto que em 2016, ela lançou seu assistente virtual Hound para competir com Siri e Alexa. Atualmente já existem 20 mil desenvolvedores na plataforma Houndify – Samsung, Nvidia, Sony, Yelp e Uber são algumas das empresas que já o implementaram.
5. Zebra Medical Systems – o deep learning contra as doenças
Nos últimos 20 anos, a demanda por serviços de imagem tem aumentado, superando a oferta de médicos qualificados. A Zebra Medical, empresa israelense, aplica técnicas de aprendizado profundo no campo da radiologia. Eles somaram (como dados de treinamento de máquina) uma enorme massa de imagens médicas a tecnologias de categorização que permitem aos computadores prever doenças múltiplas com precisão melhor do que a humana.
6. Prisma – o que era uma selfie virou uma obra-prima
Essa start up russsa usa a inspiração de artistas como Van Gogh, Picasso, Levitan entre outros para que os mecanismos de redes neurais de seu aplicativo repagine automaticamente fotos e vídeos produzidos em smartphones. Assim, o que era uma simples selfie torna-se uma obra-prima digna de ser emoldurada e posta na parede.
7. Iris IA – pesquisa científica descomplicada
Quando a procura por dados na internet recai sobre dados científicos para atender a uma pesquisa, o conceito de “relevante” torna-se um tanto problemático e lá se vão horas, dias, para encontrar o que se quer. É aí que entra a Iris IA – um mecanismo dotado de inteligência artificial que encontra o que merece ser achado. Desde seu lançamento, 120 mil pessoas testaram o serviço, com 8% se tornando clientes. A Iris AI pode reduzir os recursos necessários para a pesquisa entre 30% e 50%.
8. Pinterest – pins relevantes para cada usuário.
O Pinterest usa o aprendizado de máquina para destacar o conteúdo que se assemelha a objetos que seus usuários já selecionaram e espera logo poder permitir que eles tirem fotos de objetos com a câmera do smartphone para obter, instantaneamente, recomendações de itens similares.
9. Trademarkvision – criando marcas únicas
Desenvolver um logotipo inédito que represente sua empresa e que não infrinja marcas registradas de outras é um desafio difícil de se garantir. Era. Com a tecnologia de aprendizado de máquina da TrademarkVision ela usa o reconhecimento de imagens em um grande volume de dados para checar se um novo logotipo é ou não aceitável. A União Européia já adota o sistema.
10. Descartes Labs – para evitar a escassez de alimentos
Segundo a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), é desperdiçado, aproximadamente, 30% do alimento produzido globalmente, equivalente a 1,3 bilhão de toneladas anuais. Só isso já seria o suficiente para alimentar as 800 milhões de pessoas que ainda passam fome no mundo.
Como saber com meses de antecedência quanta comida será necessária para alimentar grandes populações? Com o aprendizado de máquina e conjuntos gigantes de imagens de satélite, o Descartes Labs pode saber, prevendo o rendimento de diversas culturas. A empresa trabalha com clientes do mercado financeiro, do agronegócio e ambientalistas, e já é lucrativa.
Baseado em Daniel Terdiman – HSM Management, Edição 125, Nov/Dez