Verbetes
A razão por que a oportunidade ainda é tudo.
Nas redes -e portanto nos mercados-, a mudança tende a tomar corpo devagar e deslanchar repentinamente numa explosão de crescimento de alta octanagem. Os economistas dão a esse fenômeno o nome de não- linearidade. Os epidemiologistas preferem ponto de inflexão (tipping point).
Entender a razão da existência dos pontos de inflexão -fenômenos como retornos crescentes e feedback positivo estão em suas raízes- pode ser até fácil. Difícil é detectar um desses pontos no mundo real ou explorá-los.
A garota-propaganda da nova economia.
Fundada em 1994 a Netscape prova que até Wall Street consegue entender o conceito de retornos crescentes da nova economia. A idéia, então nova, era criar uma marca e uma plataforma que todos quisessem ter. Com todo esse esforço, a companhia, com sede em Mountain View, na Califórnia, conquistou rapidamente a maior parte do mercado de browsers, uma participação substancial no mercado de softwares para servidores -que custam caro- e uma página que é um dos sites com o tráfego mais intenso na Web.
Sob ataque de Wall Street e outros, a Netscape fez uma jogada de mestre no começo de 1998, tornando público o código-fonte do Navigator 5.0, que normalmente seria um segredo guardado a sete chaves.
Software para um mundo em rede.
A moderna economia globalizada, mediada eletronicamente, é o maior e mais complexo sistema adaptável já criado (sem contar a natureza, é claro). Dois séculos de modelo industrial disseminaram a capacidade de produção por todo o planeta, criaram sistemas de comunicações que abraçam o mundo e inspiraram gerações de trabalhadores a investir em educação para seus filhos e para eles mesmos. Tudo isso criou, por sua vez, os pilares de sustentação do próximo grande salto: de fazer coisas a fazer escolhas.
Ao contrário do comunismo, a nova economia não procura criar um novo universo separado de tudo; ela nasce diretamente dos centros mais vitais do capitalismo do fim do século XX.A mudança que elas estão disseminando move-se literalmente à velocidade da luz.
Comunicação de todos para todos.
A antiga mídia divide o mundo em produtores e consumidores; somos autores ou leitores; transmissores ou espectadores; atores ou plateia. Segundo o jargão da área: comunicação de um para muitos. A nova mídia, ao contrário, dá a todos a oportunidade de falar e de ouvir. Muitos falam com muitos e estes respondem! Isso não quer dizer que o horário nobre da televisão consistirá amanhã em vídeos domésticos e conversas transmitidas ao vivo da sala de estar do vizinho. Talento e poder de marketing são importantes e sempre haverá shows de sucesso, astros e estrelas. A televisão e outros meios antigos não vão desaparecer, nem seus proprietários. Mas deverão enfrentar novos concorrentes e mercados transformados.
A nova mídia permite que até as comunidades eletrônicas menores e mais espalhadas possam compartilhar, ou vender, o que sabem, apreciam e fazem. Tudo que foi atomizado pela transmissão em massa será novamente reunido pela nova mídia.