CONTRAINTUITIVO E REAL: A ERA DAS LEGENDAS CHEGOU (Autor: Marco Franzolim)
Quem ainda assiste com som? Em 2025, o vídeo virou leitura dinâmica: o feed roda mudo, o metrô é barulhento, o escritório pede discrição — e as legendas ocupam o primeiro plano. Não é só no Brasil: de Londres a Tóquio, criadores e marcas escrevem o áudio na tela porque isso aumenta retenção, clareza e alcance global. Há um motivo técnico (diálogos cada vez mais “baixos” na era do streaming), um motivo comportamental (multitarefa em telas pequenas) e um motivo cultural e inclusivo: acessibilidade deixou de ser nicho e virou padrão de qualidade. As plataformas embarcaram com auto-captions e tradução, e o público — especialmente o mais jovem — já espera texto que resuma, destaque ganchos e guie o olhar. Legendar não é “colocar palavras”; é projetar compreensão, ritmo e intenção. Neste artigo, mostramos por que as captions se tornaram a nova trilha sonora do vídeo e como usá-las para conquistar atenção, quebrar barreiras linguísticas e transformar visualizações em ação.

Claro! Integrei ao texto as conclusões do vídeo (que resume um novo levantamento de opinião apontando o crescimento do uso de legendas, sobretudo entre os mais jovens) e conectei com dados internacionais e fatores técnicos/culturais. Segue o artigo em uma lauda:
Nas redes sociais e no streaming, o salto no uso de legendas não é moda — é resposta ao modo como assistimos: em telas pequenas, em trânsito e, muitas vezes, sem som. O próprio ambiente das plataformas empurrou esse hábito: o feed popularizou o autoplay “mudo”, então criadores e marcas passaram a “escrever o áudio” na tela. Isso foi reforçado por recursos nativos de legendagem automática (YouTube, Instagram, TikTok) e pela orientação histórica de que vídeos em feed funcionem mesmo sem áudio. Resultado: legendar virou parte do design do conteúdo tanto no Brasil quanto lá fora. Digiday +2 TikTok Newsroom +2
O vídeo que você enviou sintetiza um ponto-chave que pesquisas recentes confirmam: há um recorte geracional. Adultos abaixo de 45 anos usam legendas com mais frequência — por multitarefa, ambientes barulhentos e para acompanhar sotaques — enquanto os mais velhos recorrem mais por inteligibilidade e audição. Em números, um levantamento AP-NORC indica que cerca de 4 em 10 menores de 45 usam legendas “com frequência” (entre os 45+, essa taxa cai), e uma sondagem da CBS mostra que mais da metade dos americanos liga legendas parte ou todo o tempo. Associated Press +1
Mas por que ficou mais difícil entender diálogos? Há um vetor técnico: a “faixa dinâmica” do som na era do streaming — diálogos mais baixos versus efeitos e trilhas altas, mixagens pensadas para salas de cinema que acabam comprimidas em caixinhas de TV ou fones simples. Vídeos explicativos populares detalham esse fenômeno e como ele empurra espectadores para as legendas, mesmo no próprio idioma. YouTube +1
Existe, também, um vetor de acessibilidade que virou padrão cultural. Reguladores como a Ofcom, no Reino Unido, reforçam a oferta e a qualidade de serviços de acesso (legendagem, audiodescrição, LIBRAS/BSL etc.) e registram que “uma proporção significativa de pessoas sem perda auditiva usa legendas”, especialmente jovens — seja para ruído ambiental, seja para compreensão mais confortável. Essa normalização na TV e on-demand educa a expectativa do público em todas as telas. www.ofcom.org.uk +1
O mercado respondeu: em 2025, a Netflix lançou “legendas só de diálogo” (sem efeitos sonoros [risos], [música], etc.), mirando quem prefere texto limpo para foco e clareza — um sinal de que as legendas migraram de recurso assistivo para preferência de uso. Em paralelo, a própria Netflix ampliou opções de idioma para legendas/dublagem na TV, acompanhando um consumo cada vez mais globalizado. Netflix +1
Há ganhos colaterais: legendas ajudam crianças na alfabetização e apoiam quem aprende idiomas ou tem TDAH/dificuldades de processamento auditivo — fatores citados em campanhas e estudos internacionais, especialmente no Reino Unido, e em diretrizes de acessibilidade. Ou seja, o que começou como inclusão vira também desempenho cognitivo e educacional. The Times +1
Em síntese, estamos vivendo uma “textualização” do audiovisual. Socialmente, porque ninguém quer ser o chato do volume alto no ônibus ou no escritório; culturalmente, porque o mundo multilíngue e o multitasking pedem redundância semântica (ouvir e ler); tecnicamente, porque a compressão e a mixagem nem sempre favorecem a fala; e, do lado do produto, porque plataformas e streamers abraçaram a legenda como feature estratégica. Para criadores e marcas, a recomendação prática é clara: escreva para ser lido no rolar do feed (frases curtas, contraste alto, ritmo por blocos), trate a legenda como segunda trilha narrativa — não apenas transcrição — e teste versões com/sem efeitos textuais. Legendar, hoje, não é “colocar texto”; é projetar compreensão.
Marco Franzolim I Linkedin
CEO e Fundador at MonkeyBusiness
